Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria
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Tema | 2019

Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria

Com o intuito de desenvolver cada vez mais o mercado audiovisual emergente, o Festival Ponte Nórdica dá início ao Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria, visando orientar produtores que estão entrando agora no mercado audiovisual nacional e internacional.

 

O que é o Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria?

O Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria visa promover o desenvolvimento e treinamento de futuros profissionais da indústria audiovisual brasileiro, por uma perspectiva intercultural, trazendo especialistas nórdicos e brasileiros com perfis relevantes e ativos na indústria audiovisual para serem mentores. O objetivo desses profissionais é orientar e capacitar projetos encabeçados por grupos sociais sub-representados na atual indústria audiovisual brasileira.

 

As intervenções visam ajudar a fechar a lacuna entre como a população brasileira é apresentada e representada nas produções e carreiras audiovisuais, e como realmente é a realidade dessas produções. Com isso, o laboratório traz uma grande e nova variedade de narrativas e perspectivas ao público internacional, e inspira profissionais do audiovisual nórdico, apresentando-os a novas e surpreendentes histórias e dimensões.

 

 

Primeira edição do Diálogos Nórdicos LAB (2019)

Um piloto foi realizado este ano com muito sucesso, em setembro de 2019, como parte do coletivo Diálogos Nórdicos – uma iniciativa de três anos organizada pelo Instituto Cultural da Dinamarca (ICD) e pelas quatro Embaixadas Nórdicas no Brasil. O objetivo foi prover uma orientação que prepare os participantes para alcançarem resultados satisfatórios em pitchings no mercado, tanto no Brasil quanto no exterior. O coletivo Diálogos Nórdicos tem como objetivo promover debates na sociedade brasileira e troca de experiências, criando pontes e compartilhando ideias sobre questões como equidade de raça, gênero e diversidade. Tem como objetivo promover a concretização da produção, promoção, distribuição e exibição de produtos audiovisuais, focado em pessoas que, de alguma maneira, estão sub-representadas nas narrativas audiovisuais, tanto na frente quanto atrás das câmeras. A ênfase será no apoio a mulheres, LGBTIs, pessoas racializadas e pessoas com deficiências interessadas em desenvolver novas ferramentas e estratégias para financiar e produzir seus projetos.

 

A metodologia consiste em processos de orientação para desenvolver as propostas selecionadas, palestras dos mentores e treinamento de speed pitching, tudo com o objetivo de fortalecer os longa- e curta-metragens, documentários e projetos de série dos participantes, ao longo do caminho até as telas e ao público.

 

O Instituto recebeu um total de 69 propostas em apenas um mês de chamada aberta, o que demonstrou grande interesse e a relevância de uma iniciativa como esta, considerando a atual situação no Brasil.

 

Dez projetos diferentes foram selecionados para participar da primeira edição do Laboratório Diálogos Nórdicos de Mentoria. O comitê foi composto por representantes escolhidas pelas Embaixadas Nórdicas, pela Ancine, pelo Instituto Cultural Dinamarquês e pelo Festival Ponte Nórdica. A seleção dos projetos participantes foi feita pelo Comitê com base em critérios relacionados ao tema, relevância e diversidade do projeto, bem como quem estava por trás dele. O foco do laboratório de orientação deste ano era ‘Diversidade Importa’.

 

O piloto do laboratório de mentoria contou com uma mentora nórdica e duas brasileiras, convidadas para fornecer as melhores orientações aos participantes e seus projetos: da Suécia, a premiada produtora do filme “A Ex-Mulher”, Marie Kjellson; e do Brasil, Érica de Freitas, pós-graduada em roteiro para cinema, mídia e televisão; e Tatiana Leite, produtora executiva do filme “Benzinho”. O laboratório foi um evento de três dias na Casa Firjan, no Rio de Janeiro, das 14h às 18h.

 

 

O primeiro dia começou com discursos introdutórios e de boas-vindas ao Laboratório Diálogos Nórdicos, realizado pelos idealizadores do laboratório e pelas mentoras. Depois disso, houve uma apresentação das mentoras, onde elas falaram sobre suas experiências e seus projetos atuais (que variam de produções audiovisuais a gerenciamento de iniciativas focadas em ajudar outros produtores a realizarem seus filmes), seguido por uma apresentação de Myriam Assis de Sousa, da Ancine, sobre como obter apoio financeiro através do fundo Ancine para projetos audiovisuais. O dia continuou com oficinas de Produção e Coprodução nos Países Nórdicos; e Igualdade de Gênero, de Raça e Diversidade na Indústria Audiovisual dos Países Nórdicos, pela mentora sueca Marie Kjellson.

 

 

O segundo dia começou com a oficina Igualdade de Gênero, de Raça e Diversidade nas Produções Audiovisuais Brasileiras, pelas mentoras brasileiras, seguida de estudos de caso: apresentações de projetos e análise dos principais elementos de cada projeto apresentado, concentrando-se na motivação e na intenção de orientar cada projeto rumo a parceiros financeiros e criativos. Em seguida, uma introdução aos elementos teóricos e estruturais de um pitching e comunicação dos projetos em desenvolvimento, a fim de adequar os participantes às diferentes formas de pitchings internacionais e nacionais. Após as atividades de mentoria, realizou-se uma exibição do documentário islandês “The Kitchen Sink Revolution”, de Halla Kristín Einarsdóttir. Foi um convite aberto.

 

 

O último dia começou com “reuniões em grupo” com as mentoras, onde os participantes tiveram a oportunidade de praticar técnicas e estratégias sobre como vender suas ideias e melhorar as habilidades na apresentação e comunicação de seus projetos. A última coisa na agenda das mentoras foi uma sessão plenária: cinco minutos de apresentação de cada projeto, com feedback das mentoras. Após o fim do último dia de orientação, houve uma celebração do Laboratório com a cerveja dinamarquesa Bear Beer, fornecida pela Harboe, onde participantes e mentores tiveram a oportunidade de interagir e brindar o sucesso do evento de três dias.

 

 

Os três dias foram agendados com coffee breaks, fornecidos pela chef Maristella Sodre, que organizou um buffet saudável e sustentável com lanches e doces para os participantes. Maristella é formada em gastronomia e, após concluir o curso “gastronomia social” na ONG Gastromotiva, começou a trabalhar com a ideia de consumir 100% dos alimentos com os quais cozinha, sem deixar que nenhuma parte seja desperdiçada. Trabalha com catering de festas e eventos, além de dar aulas e palestras.

 

 


Feedback

 

Marie Kjellson (mentora)

“Participar do laboratório é uma oportunidade incrível para os dois lados (mentor e participante), garantindo o crescimento constante e colaborações internacionais dentro da indústria. O resultado desse tipo de atividade é visível ao longo do tempo, à medida que as pessoas vão desenvolvendo suas carreiras e se encontram novamente no futuro. Construindo pontes hoje – atravessando-as amanhã!”

 

Nixon Alves e Silva (participante)

“Passei a entender melhor as formas de financiamento para o meu projeto e a importância de uma pesquisa sólida.”

 

Luciana Guerra Malta (participante)

“Achei muito boas as críticas que recebi sobre o meu projeto. Descobri pontos fortes e fracos do nosso trabalho. Também gostei das dicas de potenciais parceiros.”

 

Rudmira Fula (participante)

“O Lab foi de extrema importância, principalmente, para mim que está no início do projeto. Foi gratificante ouvir novas diretrizes.”

 

Quézia da Silva Ribeiro (participante)

“Foi maravilhoso! Avancei etapas do processo. Cheguei ao Lab com um argumento resumido e saí de lá com um primeiro esboço da escaleta e da produção executiva.”

 

Mariana Luiza (participante)

“As consultorias foram muito interessantes e com perspectivas bem diferentes umas das outras, o que contribui muito para repensar o projeto e as estratégias.”

 

Sandra Valdetaro (participante)

“Gostei muito de ouvir o grupo falando sobre os projetos. Orientadores muito atenciosos e focados. Equipe muito simpática.”

 

Pê Moreira e Barbara Ripper (participantes)

“O Lab foi super rico para pensarmos a formatação do projeto, como contar a história dele, que aspectos precisam estar mais bem resolvidos antes de vendermos a ideia. Além disso, uma das coisas mais fortes pra gente foi pensar possibilidades de produção, caminhos pelos quais fazer cinema é, em alguma medida, viável.”

 

Juliana Ferreira Torres (participante)

“O fato de ter projetos diferentes e em etapas diferentes foi bem legal, porque deu para pensar no meu projeto de forma mais global – já prevendo situações futuras.”

 


OS 10 PROJETOS SELECIONADOS

 

“AMARELO” – Sandra Valdetaro

Curta ficção

Marcelo lives with his mother and his dog, at his grandmother Amalia’s house. He is 3 years old and loves to play with his best friend, Amarelo, the dog. One day he hears the loud noise of a car crash, and his mom rushes to the street to see what happened. A discussion is going on between the people involved, one pulls out a gun, and the mom gets shot. Antonio, a neighbor, brings the sad news to the grandmother. Marcelo clings to his friend, Amarelo – they are inseparable. Times go by, Amarelo dies and Marcelo begins to suffer from melancholy. He locks himself in his room where he releases his aggressions through video games. One day he dreams of Amarelo and recovers from his anguish.

 

 

“ASSEXYBILIDADE” – Daniel de Castro Gonçalves  and Ana Beatriz Caminha de Medeiros

Longa documentário

According to the 2010 Census, Brazil has over 45 million people with disabilities, such as physical, intellectual, visual, auditory or sensory. What few people think about, is how it affects the sexual life of the disabled person.  Through interviews with various people, ASSEXYBILIDADE combines two themes from the Brazilian society: sexuality and disability.

 

 

“TODAS EM MIM” – Quézia Maria Lopes Gomes da Silva Ribeiro

Longa ficção

TODAS EM MIM is a multiplot fiction feature film that tells the parallel stories of three black women: Azi, Irla and Ana. At first, the only commonality between them is motherhood, although it is configured differently in the experiences of each of the three characters.

 

 

“DOGON’S SON” – Nixon da Silva

Seriado

DOGON’S SON is a tv drama series with 10 episodes of a children@@’s adventure. The series addresses the cultural diversity in Brazil with themes related to maturation and formation of pre-teens from a world where telepathy and special powers are possible.

 

 

“CAMINHO DO MAR” – Juliana Ferreira Torres and Leticia Azevedo

Longa ficção

The movie is about a girl, Antônia, 28, who one day suffers from a panic attack in the metro. She isolates herself from friends and puts her career on hold. One day she meets an old friend from university, Marcelo, who knows Tatiana, that is addicted to anxiolytics. Meeting Tatiana arouses the desire to start over – if so, she must overcome the paralysis of fear of a new panic attack. Antônia often dreams that she is walking by the beach. One day when she goes to a party, she meets Tatiana in the line for the bathroom. They go to the beach together and suddenly Antônia recognizes the place she has been dreaming of.

 

 

“MIRA EM ÁFRICA” – Domingas de Rudmira Juliana Fula

Seriado

MIRA EM ÁFRICA – ‘Another look at the continent’ is tv-series formatted as documentaries hosted by Rudmira Fula. Alluding to the name of the host, and with the idea of making people globally aware of the of the unfamiliar reality of the African continent.  The program positively explores tourism, curiosity, culture, gastronomy, history, people and the beauties of countries, demystifying the stereotypes built over the years by the global media.

 

 

“A COR DA MARGEM”  – Mariana Luiza Macedo

Longa ficção

The belief that there are no racial conflicts in Brazil is the result of the propagated concept of racial democracy, especially from the second half of the twentieth century. The concept was initially thought to translate the aspirations of a Brazil to be built in a post-abolition future, eventually became a repeated fallacy by some sectors of the Brazilian academic and economic elites, which fueled the creation of universal legislations and made the struggle of black social movements invisible since the beginning of the century.

 

 

“AIOCÁ” – Éthel Oliveira

Longa documentário

This documentary presents the meeting of three women who have their lives linked to the sea.  A triangle, where the tips that border the Brazilian and African Atlantic find a powerful vertex in the Mediterranean Sea.

 

 

“QUANDO A GENTE COMBINA” – Pê Sobrinho Moreira and Barbara Doti Dias Ripper

Longa ficção

Renata and Rodrigo live together in Glória (Rio de Janeiro) and they are best friends. One day, Renata attends a lesbian meeting event where she meets Tati, and she falls in love with her. Tati starts to date Renata’s ex-friend, Julia, but they end their relation shortly after. Tati meets up with Renata again and their love for one another starts to blossom.

 

 

“AS CONTEMPORÂNEAS” – Luciana Guerra Malta

Seriado

In 2010, Rio explodes in optimism after being chosen to host the next Olympics. In the multicultural neighborhood of Santa Teresa, live and work Joana and Martha – friends and partners in a video production company. The two, in their thirties, seek love and pleasure as they split between the desire to make art films and the need to do more commercial work to escape bankruptcy.

 


 

Fotógrafos:

Rebecca Alves

Ramon Vellasco